Jatobá

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Árvore de até 20 m de altura, flor com cálice 4-lobado, coriáceo, tomentoso.

Dentro da família, H. courbaril se destaca por apresentar folhas bifolioladas e fruto lenhoso indeiscente. Dentro do gênero, se separa pelas folhas glabas e sépalas velutinas.

Hymenaea courbaril ocorre do México até o Centro-Oeste do Brasil.

A madeira é empregada na construção civil em vigas, caibros, ripas, acabamentos internos (marcos de portas, tacos e tábuas para assoalhos), na confecção de artigos para esportes, cabos de ferramentas, peças torneadas, esquadrias, joias, objetos de arte e peças de decoração, bem como móveis de alto luxo. Conhecida, em inglês, como brazilian-cherry, a madeira do jatobá consta, junto com as do ipê (brazilian-walnut) e as domogno (mahogany), no grupo das dez mais valiosas e negociadas madeiras do mundo.

Frutos e folhas do jatobá

O fruto é um legume indeiscente, de casca bastante dura. Cada legume costuma ter três sementes e é preenchido por uma massa verde/amarelada, com grande concentração de ferro, indicado para anemias crônicas. Doces feitos com esta farinha eram muito comuns até o século XIX.

A polpa do legume é comestível e muito nutritiva. É usada como alimento também pela fauna. A dispersão das sementes ? de duas a quatro em cada legume ? se dá, em grande parte, por morcegos.

Entre seringueiros e moradores de regiões próximas das florestas onde se encontra, é comum se utilizar a casca da árvore para fazer um chá, também chamado de "vinho de jatobá". Acreditam que este chá é um poderoso estimulante e fortificante. Por volta do início dos anos 2000, para evitar a retirada da casca, a Universidade Federal do Acre desenvolveu um método de extração do vinho do jatobá através de uma mangueira. Os mercados americanos e europeus são grandes mercados para os extratos de jatobá.

Em épocas diferentes, desde 1930, foi indicada ao comércio para fins medicinais. A partir do final do século XX, passou a ser estudada por etnobotânicos americanos, sendo consumida nos Estados Unidos com os mesmos fins tradicionais. Como planta medicinal, diferentes partes são usadas por indígenas do Brasil, Guianas e Peru contra diarreia, tosse, bronquite, problemas de estômago e fungos nos pés. Estudos recentes indicam que jatobás antigos podem produzir substâncias com eficácia no combate a alguns tipos de câncer.

Tem sido usada na recomposição de matas degradadas e, com este fim, suas sementes são comercializadas pelas redes de sementes oficiais de seus biomas de origem.