Floriano Peixoto

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O Marechal-de-campo Floriano Peixoto nasceu na Vila de Pioca, na antiga Província de Alagoas, a 30 de abril de 1839. com 18 anos de idade, assentou praça no primeiro batalhão de artilharia a pé, tendo obtido a promoção de segundo tenente em 1861 e a de primeiro dois anos mais tarde. Seguiu para a guerra do Paraguai comissionado no posto de capitão, em 1865. Ao terminar a campanha, era tenente coronel. Bacharelou-se em ciências físicas e matemática em 1872. Foi promovido a coronel em 1874, a Brigadeiro em 1883 e a marechal de campo em 1889. Eleito senador pelo estado de Alagoas, o Congresso Nacional elegeu- o vice-presidente da República. assumiu a presidência, em substituição ao Generalíssiomo Deodoro, a 23 de novembro de 1891. Pela sua notável atuação na fase mais dramática dos primórdios do Regime Republicano, foi chamado de Consolidador da República e de Marechal de Ferro.

Achava-se em divisa, estado de minas Gerais, quando soube que uma comissão de republicanos desejava cumprimentá-lo. Floriano preparou-se para receber seus jovens partidários, tendo escrito um pequeno discurso para ser lido nessa oportunidade. A morte, porém, contrariou-lhe o desejo. Esse discurso foi encontrado pelo dr. Artur Peixoto, cunhado de Floriano - no bolso esquerdo do lado interno do paletó com que faleceu.Seu corpo foi levado para o Rio de Janeiro, desembarcando na estação de São Cristóvão, a uma hora e 15 minutos do dia 30, sendo conduzido à mão até a casa onde residia, à rua da Emancipação, no Pedregulho. Ficou sepultado no cemitério de São João Batista.

Eis o que pretendeu dizer o Marechal aos seus amigos: "A vós, que sois moços e trazeis vivos e ardente no coração o amor da Pátria e da República, a vós corre o dever de ampará-la e defendê-la dos ataques insidiosos dos inimigos. Diz-se e repete-se que ela está consolidada e não corre perigo.

Não vos fieis nisso, nem vos deixeis apanhar de surpresa. O fomento da restauração agita-se em uma ação lenta, mas contínua e surda. Alerta! pois. a mim me chamais de consolidador da república. Consolidador da obra grandiosa de Benjamin Constant e Deodoro são o exército nacional e uma parte da armada, que à lei e às instituições se conservam fiéis. Consolidador da República e a guarda nacional, sao os corpos de polícia da capital e do estado do Rio, batendo-se com inexcedível heroísmo e  selando com o seu sangue as instituições proclamadas pela revolução de 15 de novembro.

Consolidador da República é a mocidade das escolas civís e militares, derramando o seu sangue generoso para com ele escrever a página mais brilhante da história das nossas lutas.

Consolidador da República, finalmente, é o grande e glorioso partido republicano, que, tomando a forma de batalhões patrióticos, praticou tais e tantos feitos de bravura, que serão ouvidos sempre com admirção e respeito pelas gerações por vir".

Pelo governador dr. Lauro Sodré foram prestadas grandes homenagens à memória do Marechal de Ferro, sendo de salientar a promovida no Teatro da Paz, tendo discursado nessa oportunidade o dr. Enéias Martins, orador oficial, e os srs. Maia Filho, Marcos Nunes, Firmo Braga e tenente Luis Lobo. Encerrando a solenidade, o dr. Lauro Sodré pronunciou comovente dircurso.

A praça Floriano Peixoto tinha anteriormente o nome de Largo de São Braz, denominação mantida tradicionalmente pelo povo.

Baseado no livro Ruas de Belém do Historiador Paraense Ernesto Cruz