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Mensagem a Camara Municipal
Infra-Estrutura

2.1. SANEAMENTO

Os desafios para a melhoria dos serviços de saneamento em Belém são muitos e o Governo Municipal tem como objetivo garantir a cada cidadão o direito social e universal de viver em um ambiente saudável e digno. Assim, a Política de Saneamento a ser executada no Município terá um modelo que respeite as características ambientais da cidade, valorizando as pessoas e suas formas de organização social e econômica. O objetivo é dotar a cidade de uma infra-estrutura em saneamento que funcione, em grande medida, como indutor da atividade econômica e, conseqüentemente, da qualidade de vida dos moradores.

A proteção e preservação dos rios, igarapés e mananciais no contexto urbano serão integradas aos serviços de drenagem de águas pluviais, ao controle da poluição e à manutenção de áreas verdes com a criação de novos espaços de lazer.

A drenagem urbana receberá a devida atenção, através de projetos para as bacias hidrográficas, entre as quais a da Estrada Nova, cujos recursos para as obras estão sendo requeridos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), nos moldes do que foi feito com relação ao Projeto de Macrodrenagem da Bacia do Una. Nas áreas do Una, o Governo Municipal garantirá a manutenção das vias e canais, utilizando os equipamentos e máquinas repassados pelo Governo Estadual.

No sentido de aumentar a cobertura dos serviços de abastecimento de água no Município e melhorar a qualidade dos serviços prestados à população, o Governo Municipal através do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (SAAEB) garantirá o abastecimento de água com qualidade compatível com padrões de potabilidade e em quantidade suficiente para promover a saúde pública. Será ainda realizada a promoção e o incentivo ao uso racional da água, à redução das perdas e à minimização dos desperdícios, bem como, ações de educação sanitária e ambiental, especialmente para a correta utilização das instalações domiciliares de água e sobre os procedimentos para evitar desperdícios e assegurar o seu uso sustentável.

Serão concentrados esforços na captação de recursos financeiros destinados a implantação dos novos sistemas de abastecimento de água, para aumentar a cobertura de serviços e, conseqüentemente, reduzir o déficit no atendimento.

Com relações aos serviços de esgotamento sanitário será observada a garantia de solução adequada para o tratamento e disposição dos esgotos sanitários, como forma de assegurar a saúde pública e a qualidade ambiental, bem como promover o desenvolvimento e adoção de tecnologias apropriadas, seguras e ambientalmente adequadas, em especial para o atendimento em situações que apresentem dificuldades de implantação notadamente nas áreas de urbanização precária e de ocupação dispersa.

Quanto ao serviço de limpeza urbana, o Governo Municipal tem como meta a universalização da coleta, associada a projetos de educação ambiental, como a reciclagem do lixo, para proporcionar a geração de trabalho e renda aos trabalhadores, com o controle social através das instituições competentes. O trabalho visa garantir a salubridade do ambiente urbano, inibindo a decomposição de material orgânico, o entupimento das redes de drenagem e a proliferação de vetores, além de assegurar melhores condições estéticas ao espaço público.

O atual sistema deve ser modernizado, com a introdução do planejamento e gestão racional dos resíduos, adotando-se técnicas de alta tecnologia e de baixo custo no tratamento e destino final do lixo. Paralelamente, a área do Aterro do Aurá será otimizada, visando a eficiência da Biorremediação existente e a implantação de novos projetos sociais voltados aos catadores e moradores do entorno. Como o Aterro recebe, além do lixo coletado em Belém, o que é produzido nos demais municípios da Região Metropolitana, haverá necessidade de parcerias com essas prefeituras na busca de melhorias para os serviços de coleta, transporte e tratamento.

Ainda com o intuito de fortalecer a agenda política e social da cidade serão realizadas discussões sobre a política de saneamento, ampliando espaços para a participação da sociedade na definição das metas e prioridades, a fim de que essas pautas sejam assumidas pelo conjunto da sociedade belenense.


2.2. TRANSPORTE

As ações na área dos transportes em Belém devem estar integradas ao desenvolvimento da região metropolitana, assegurando o direito a uma mobilidade segura, que priorize a vida dos pedestres, ciclistas e condutores e acessibilidade aos cidadãos com dificuldade de locomoção. Para humanizar o trânsito, cada faixa de pedestre, calçadas, vias e ciclovias serão planejadas e implantadas com iluminação, sinalização e manutenção permanente, objetivando a redução de acidentes. Esta mobilidade passa também pela transformação da relação da cidade com os rios e o resgate da natureza ribeirinha de Belém, cuja paisagem e economia são elementos distintivos que exigem uma adequada política de transportes para as ilhas pertencentes ao Município.

O Município pretende desenvolver ações visando à eficiência do transporte público, estabelecendo um novo padrão de atendimento de acordo com o desenvolvimento tecnológico de veículos e equipamentos, garantindo com isso a qualidade, a quantidade adequada, a segurança, o aumento da velocidade operacional do sistema e diminuindo o custo de prestação do serviço, bem como buscar novas formas de financiamento para o setor. Assim, a Administração Municipal, no âmbito de sua competência contribuirá na realização de ações que possibilitem ao Governo do Estado a implantação do Projeto Via Metrópole, visando equacionar os graves problemas enfrentados hoje pelo atual sistema de transporte.

Nesta Gestão, o Transporte Coletivo, considerado como serviço público essencial, tendo o Governo Municipal o papel fundamental em seu gerenciamento.

O transporte coletivo para as ilhas de Outeiro e de Mosqueiro passará a dispor de melhor fiscalização junto às empresas, objetivando proporcionar mais segurança e qualidade aos moradores e visitantes desses balneários.

Também é prioridade a pavimentação e manutenção da malha viária da cidade, para que os corredores de transporte tenham condições de trafegabilidade, assim como os acessos às áreas de “baixada”. A malha de ciclovias será ampliada e os abrigos de passageiros recuperados.

Visando garantir a vida de pedestres e condutores, serão promovidas campanhas educativas para que as regras de trânsito sejam conhecidas e obedecidas por todos, garantindo-se assim o respeito pelos direitos dos cidadãos.


2.3. HABITAÇÃO

A Administração Municipal considera a função social da propriedade com vistas à justa distribuição dos custos e benefícios do processo de urbanização, conforme preconiza o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001). Neste contexto, propõe efetivar a revisão do Plano Diretor Urbano do Belém (PDU), de modo a adequá-lo às novas exigências da legislação urbanística atual, como determina o referido estatuto.

A implementação da Política Municipal de Habitação será articulada com os diversos níveis de governo, tendo em vista a situação urbana e a garantia de acesso das camadas mais pobres à moradia. Para isso, é preciso promover uma reforma administrativa dos órgãos envolvidos com a gestão urbana, através da implementação das ações previstas no Diagnóstico Institucional do Plano Estratégico Municipal para Assentamentos Subnormais. Além do mais, é necessária a implementação de um programa de aproveitamento de áreas subutilizadas, ociosas ou ocupadas irregularmente, contribuindo para facilitar o acesso à moradia de interesse social e combatendo a especulação do capital imobiliário.

Está previsto ainda a captação de recursos com o objetivo de se ampliar a oferta de unidades habitacionais ou promover a recuperação e/ou ampliação de moradias para a população de baixa renda.

O Governo Municipal promoverá também a regularização fundiária das áreas públicas ocupadas por população de baixa renda, mediante a prestação de assistência jurídica, de engenharia e arquitetura.


2.4. URBANISMO

O Estatuto da Cidade estabelece que a política urbana tem o objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante diretrizes, entre as quais destacamos o papel do planejamento do desenvolvimento das cidades, em especial da distribuição espacial da população e das atividades econômicas no Município e no território sob sua área de influência, no caso da capital, o conjunto da Região Metropolitana de Belém (RMB).

Neste contexto, o acompanhamento da expansão da ocupação do território do Município, a ampliação da demanda por serviços e a manutenção da infra-estrutura e do patrimônio edificado são apenas alguns dos desafios postos à Gestão Municipal. Isso significa também compatibilizar os diversos interesses existentes pela apropriação e consumo do espaço urbano

Desta forma, entende-se que a organização e/ou reorganização espacial deve aprofundar o enfrentamento à segregação, reconhecer a geografia da cidade e, acima tudo, as formas de apropriação do território, articulada à tendência de expansão, de crescimento urbano que cada vez mais impõe o desafio de consolidar e aprofundar a construção de um projeto de desenvolvimento inserido numa estratégia metropolitana, regional e nacional.

Para ampliar a capacidade gerencial e consolidar os instrumentos legais necessários ao suporte do planejamento e gestão da cidade torna-se primordial fazer cumprir a função social da cidade por meio da democratização do acesso a infra-estrutura, bens e serviços, da disseminação de informações sobre a legislação urbanística existente e sobre o andamento de processos, com a utilização de instrumentos mais modernos de fiscalização e controle da ocupação do território municipal, a fim de garantir o exercício da cidadania.

Na busca da garantia desse direito é que será dada continuidade à revisão e discussão da legislação urbanística de Belém, para adequá-la à dinâmica da cidade (como o Plano Diretor Urbano, o Código de Posturas, Patrimônio Histórico, Leis de Controle Urbanístico e a Lei de Regularização das Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS). Desta forma, a gestão atual deverá concluir o processo de revisão do Plano Diretor Urbano, para, de forma democrática, assegurar o uso produtivo dos vazios urbanos, democratizando a cidade e combatendo a especulação do capital financeiro; controlar a densidade de ocupação, adequando-a à capacidade de suporte da infra-estrutura instalada; e elaborar novo Zoneamento do Município, indicando o potencial de ocupação de cada área, controlando e ao mesmo tempo estimulando o mercado imobiliário.

Na questão da orla continental de Belém, esta área vem sendo ocupada por atividades privadas, em detrimento da geração de espaços com destinação pública. Tanto é que nela instalaram-se, principalmente, indústrias, portos particulares, comércio informal e serviços, sem que o Poder Público tenha exercido nenhum controle sobre o processo de ocupação, de tal forma que a visualização do rio e o acesso à orla, pela população, tornaram-se limitados e muitas vezes totalmente impedidos.

Considerando que o rio é um dos principais símbolos da região amazônica, sendo utilizado amplamente tanto para contemplação e lazer quanto como meio de transporte e sustento econômico, é que se faz necessário à realização de intervenções com caráter físico e social, a fim de fortalecer a referência cultural amazônica da relação com os rios, possibilitando livre acesso à orla com garantia de sua exploração econômica, criação de novos espaços de lazer que atendam as áreas habitacionais existentes em seu entorno, implantação da infra-estrutura turística e organização das atividades portuárias. Para tanto, deverão ser consideradas as intervenções já executadas pelo Governo do Estado e pelo Município, assim como serão revistas às diretrizes propostas no Plano de Reestruturação da Orla de Belém, elaborado pela Secretaria Municipal de Urbanismo (SEURB), adequando-as à metodologia proposta pelo Ministério do Meio Ambiente no programa “Projeto Orla” do Governo Federal.

Em relação ao enfrentamento dos conflitos existentes com os municípios componentes da Região Metropolitana, especialmente nas áreas de saúde, educação e transporte deverão ser equacionadas por meio da promoção de debates em fóruns, buscando a articulação das ações metropolitanas através da implementação de um modelo de gestão que garanta a participação equilibrada entre os municípios e o equacionamento conjunto dos problemas comuns, com a rediscussão dos papéis de cada um na formação da Região Metropolitana de Belém.


2.5. MEIO-AMBIENTE

Para implementar as ações ambientais, com a participação da sociedade civil organizada, o Governo Municipal buscará a sensibilização de todos para os problemas e cuidados relativos à questão ambiental no Município, tanto na área continental como na região insular, com vista à conscientização para a preservação dos recursos naturais e manutenção adequada do ambiente urbano.

Para o Município de Belém é fundamental uma gestão ambiental participativa que promova a cidadania e a qualidade de vida para as atuais e futuras gerações, através do controle ambiental das atividades potencialmente poluidoras, da implementação de um amplo e permanente programa de educação ambiental - com forte apoio de um plano de comunicação - e da criação de mecanismos de incentivo à adoção de espaços públicos (praças, parques, canteiros) por setores da sociedade civil, estimulando formas de co-responsabilidade com estes espaços da cidade.

Também é importante a implementação do Plano Diretor de Arborização nas Áreas Verdes Públicas (PDAVE), da gestão de áreas especiais no continente e nas ilhas, através do fortalecimento do Sistema Municipal de Unidades de Conservação (SMUC), com legislação adequada, criando novas e mantendo as atuais unidades protegidas, ordenando o uso e a ocupação do solo, e incentivando o ecoturismo como forma de desestimular as atividades causadoras de degradação.

As bacias hidrográficas, como unidade de planejamento ambiental, continuarão sofrendo intervenções urbanas nos processos de recuperação/preservação, de forma a minimizar os impactos das ocupações consolidadas, sendo necessário preservar as áreas verdes, recuperar a navegabilidade dos cursos d’água, manter a permeabilidade do solo e implementar sistemas de coleta e tratamento de esgoto, conservando a biodiversidade do ambiente quando ainda existente.

A política de meio ambiente, como resultado das aspirações humanas, deve pautar-se nos princípios da sustentabilidade, na qualidade das condições de vida da população e de sua relação de respeito/convivência com os recursos e necessidades básicas a serem atendidas, através da conservação de áreas ainda preservadas, consolidando o fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal Integrada e Participativa.

O processo de consolidação da política de meio ambiente para Belém e os princípios da gestão ambiental integrada serão desenvolvidos respeitando as especificidades locais, as potencialidades e os valores das comunidades das áreas e da cidade em geral. Além disto, terão ações voltadas para a expansão das áreas verdes priorizando a flora nativa, promovendo o enriquecimento da arborização nas vias públicas produzindo sombra e amenizando o calor, principalmente em áreas de maior carência, notadamente as de expansão urbana e as degradadas, que sofrem atualmente as conseqüências de uma ocupação desordenada e da falta de um planejamento urbano para tais assentamentos.


2.6. ECONOMIA

Belém, ao longo das últimas décadas, vem gradativamente perdendo sua condição de principal pólo da economia estadual, entre outros fatores, por causa da falta de uma política municipal que se preocupasse com o fortalecimento da economia local. A Administração Municipal, dentro de sua competência, acompanhará e avaliará continuamente o quadro econômico de Belém na execução de sua política de desenvolvimento, levando em consideração a base industrial e o crescimento das atividades comerciais e de serviços no Município, definindo estratégias de ação para atrair investimentos públicos e privados.

Neste sentido, há de se priorizar a geração de trabalho e renda, sob a ótica da integração entre poder público, iniciativa privada e a comunidade, tendo como fim a valorização do cidadão. Para os que ainda se encontram fora do mercado formal de trabalho, deve-se promover a qualificação da mão-de-obra e o incentivo ao associativismo, como forma de integração ao mercado.

Outra questão importante é a integração produção/abastecimento, com o objetivo de incentivar à agregação de valor para o produto local, bem como o incentivo à produção de alimentos, uma vez que isto permite a revitalização da economia do Município, mantendo feiras e mercados em condições viáveis para fortalecimento da comercialização. Para isso, o Governo deve implantar políticas de apoio aos micros e pequenos empreendimentos, envolvendo atualização tecnológica, capacitação em gestão de negócios e cooperativismo, focado no desenvolvimento local sustentável.

A política de desenvolvimento para Belém visa também a criação de mecanismos que possam atrair investimentos nas atividades produtivas com maior potencial na economia do Município, e o apoio à iniciativa de pequenos negócios capazes de dar oportunidades de trabalho e geração de renda.

Pela importância econômica para a cidade, também será feito um trabalho de requalificação de feiras e mercados, como exemplo, as existentes na 25 de Setembro e na 8 de Maio (Icoaraci), que após reavaliação dos projetos, as obras serão reiniciadas.


2.7. TURISMO

Projetos como os de reestruturação e revitalização da orla de Belém e de Icoaraci e do Centro Histórico valorizam a questão turística do Município, uma vez que propiciam qualidade ambiental, preservação de patrimônio municipal e a auto-estima da população e dos trabalhadores que atuam nesses locais. Portanto, o Governo Municipal tem compromisso com a conservação de espaços já revitalizados, como Ver-o-Peso, e com a ampliação do potencial turístico do Município, através de ações integradas, entre as quais, a revitalização turística da ilha de Mosqueiro, com o objetivo de criar uma referência local para esportes de aventura, assim como o incentivo ao aproveitamento econômico dos recursos naturais das ilhas do entorno de Belém.

A atual Gestão se propõe ainda a buscar parcerias como os governos do Estado e Federal, entidades privadas e organismos de fomento ao turismo, visando incluir Belém no roteiro turístico nacional.

Estas parcerias visam incrementar a participação de Belém no turismo receptivo, aumento com isso a permanência e o gasto médio do turista no Município.

O Governo Municipal também continuará apoiando as manifestações populares de Belém, como exemplo, o Círio de Nazaré, funcionando como mecanismo indutor ao turismo na cidade.

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